O coração é o motor do corpo humano. É
dele que verte o impulso da vida. É tradicionalmente associado aos bons
sentimentos, o que de fato faz muito sentido no aspecto psicossomático. A saúde
do coração revela a qualidade dos sentimentos com os quais o estamos nutrindo. Uma
vida cheia de sentido e realização revela um coração saudável. Uma vida escravizadora,
repleta de obrigações e frustrações gera desânimo e desmotivação, revelando um
coração frágil e que corre perigo.
Quando fazemos algo com prazer e boa
vontade, somos movidos pelo amor. Seja o amor por uma pessoa a quem
direcionamos nossas ações, seja o amor por uma causa ou pela própria ação que
estamos executando. O amor é o fiel representante da verdade interior de cada um,
e o melhor combustível para a saúde do coração. Por outro lado, quando
fazemos as coisas carentes de sentido, mas por obrigações contraídas, seja em
razão de carências alheias ou pela ambição meramente material, tudo se torna um
martírio muito cansativo. Crentes de que estamos nos sacrificando por um
bom motivo, seguimos literalmente “nos matando”, investindo nossa força motriz
em direção a inevitáveis desilusões. Não obstante, as ilusões são o maior
veneno para o coração.
Quem sofre do coração esta sempre se
sacrificando pelos outros. Qualquer episódio
desagradável que acontece ao redor é motivo de grande preocupação. Todas as
suas atenções são dirigidas a resolver a situação, num completo abandono de si
mesmos. Fazem das tripas coração,
mas quando não têm seu sacrifício reconhecido, enchem-se de revolta, frustração
e amargura. Também nutrem exageradas expectativas sobre o comportamento dos outros.
Assim, o ódio recalcado pelas sucessivas desilusões vai envenenando e enfraquecendo
mais e mais o seu coração.
Como um círculo vicioso, o “cardíaco”
torna-se uma pessoa cada vez mais ansiosa e desconfiada da má índole das
pessoas, esperando sempre o pior de todos. Nutrem um medo quase desesperador de
serem passados para trás, ao mesmo tempo em que investem sua fé na crença de
que as pessoas fatalmente o negligenciarão.
Quando sufocamos os bons
sentimentos, a vida perde o encanto. Assim experimentamos o desprazer e ficamos
desmotivados. Tudo fica sem sentido, e acabamos por rejeitar a maneira como os
fatos se desenrolam. É nessa fase que geralmente surgem os problemas cardíacos.
REFORMA
INTERIOR
A única saída para este
círculo vicioso é a verdadeira humildade. Aprenda a reconhecer os seus limites
e o das pessoas ao seu redor. Elas são como são, e você nunca será
verdadeiramente capaz de vigiá-las ou mudá-las, tampouco de salvá-las para
sempre, ainda que seu orgulho tente convencê-lo do contrário. Confie no bem do
próximo, de Deus, do universo ou do que quer que mova sua boa fé, mas sem
esperar que as pessoas ajam exatamente da maneira como você espera. Todos estão
em um caminho muito pessoal, e você deve aprender a respeitar a verdade de cada
um.
Saiba também que o bem não
deve ser praticado somente para os outros, mas também consigo mesmo. Seja bom
para si, respeite-se, não se abandone nem se anule frente aos outros ou às obrigações.
Ocupe-se ao máximo com as atividades que realmente te dão prazer, sem medo de
ser taxado de egoísta.
O que for fazer de bom ao
próximo, faça com prazer, imbuído de um espírito de boa vontade. Contudo, se
ver que isso não é possível, não se obrigue. Não se martirize. Pare. Aceite sua
falta de motivação. Seja natural e espontâneo. Fuja da vaidade que te escraviza
ao obrigá-lo a fazer tudo apenas para ser aceito e amado pelo outro. Medite e
aprenda a sentir o que de fato sua alma quer, para assim discernir suas
motivações verdadeiras das ilusões escravizadoras do ego. Redescubra a sua
essência e não mais a anule. Nunca mais se mate por nada nem ninguém.
Comments
Post a Comment